Comecei a trabalhar aos 14 anos. Um belo dia, eu estava voltando do centro de São Paulo, vulgo twenty five, com minha mãe e escutei um apresentador de um programa na rádio anunciando uma vaga na empresa dele. Eu fui. Fui contratada. Trabalhava de recepcionista e de quebra ainda ajudava ele a falar na rádio em seu programa. Ganhava um salário mínimo da época. Lembro como se fosse ontem como gastei meu primeiro salário no final no mês. Pedi para minha mãe me levar no shopping Ibirapuera, fui direto para a vitrine de uma loja de sapatos que AINDA fica no último piso. Olhei para a bota que eu muito queria e comprei. Do meu salário sobrou 35 reais que eu gastei em uma blusa de uma loja indiana poucos metros dali. Era a primeira vez que eu comprava o que eu queria com o meu dinheiro sem depender de ninguém. Dali por diante, passei a contar somente com o meu salário para conquistar as coisas que eu queria. E nunca mais parei. Até hoje, todo mês eu reservo parte do meu salário para comprar algum presente para mim mesma. Algo que eu queira, que eu tenha visto. Faz parte de um ritual que começou lá trás, mas que frisa mês à mês a minha independência conquistada. Hoje os objetivos mudaram um pouco. Fato. O que antes era uma simples bota, hoje são coisas muito maiores. Neste mesmo primeiro emprego, aprendi uma lição passada pelo meu chefe. Ele sempre dizia que se queremos uma casa na praia, devemos começar comprando as panelas. É uma maneira de trabalhar todo o universo à favor do seu desejo. Cada vez que você compra algo para a sua tão sonhada casa na praia, o seu EU interior vai trabalhando como se já houvesse a casa e de alguma forma, e não me pergunte como, você conseguirá. E isso serve para tudo em sua vida. Confesso que eu não precisava ter começado a trabalhar aos 14 anos. Sempre tive pais muito presentes e uma família que me dá estrutura. Mas em tudo na vida temos que ser persistentes e eu comecei cedo. Devemos vencer cada batalha, passar por cima de cada obstáculo, enfrentando cada problema e principalmente levando os nossos objetivos à sério sem aquelas seções de achismo de que é *impossível*. Para as pessoas persistentes esta palavra simplesmente não existe. Corra atrás do que você quer e deixe as coisas acontecerem em sua vida pela força do destino. Maktub!
Bem, aqui estou eu de novo, escrevendo um “pequeno comentário”…
Eu me lembro muito bem desse dia, e como não poderia deixar de ser, da “famosa bota”, aliás, ela existe até hoje…rs
Pois ela sómente tinha um “Salto 15”!!! Imaginem só, uma garota novinha com bota salto 15 ??!! Mas, como falar para não comprá-la se era seu primeiro salário tão esperado? Se era seu “desejo de consumo” na época?
Sem falar que estava no tempo das “baladas”, “Matinês”!
Pois é, mas essa mesma garotinha, realmente nunca mais parou…e por vezes, até imendando um trabalho no outro…se enchia de um no dia seguinte já havia arrumado outro..ninguém acreditava! ( Nem eu…)
Hoje se tornou uma mulher..independente…que paga suas contas…ajuda em casa…e ainda tem sonhos de conquistas.
Por isso eu me orgulkho tanto de você ANA…da sua irmã NATÁLIA também , que como você , foi pro mesmo caminho. Espero poder conduzir o Guilherme ( seu outro irmão) também no mesmo caminho de independência, trabalho, honestidade e garra!
Beijos grandes…que você consiga conquistar TUDO, exatamente TUDO o que quiser na vida.
MAMÃE.