Não tem coisa mais chata neste universo do que conversa de elevador. Principalmente porque elevador é um lugar onde você quer descer sozinho, para poder se olhar dos pés à cabeça no espelho. É sua última oportunidade de se olhar e verificar como você está elegante! Ao menos, se for, de preferência, sobre assuntos ligados à ganhos, lucros, dinheiro! Para nós, é claro. Mas, mesmo quando há lucro no meio, por trás sempre esconde uma bucha daquelas. Só porque você é vizinho, conhecido, etc etc etc, o povo acha que você vai resolver o problema que ninguém quer, aliás, problema que ninguém CONSEGUE resolver.
O povo escolhe o elevador para fazer perguntas relacionadas ao que você faz durante o seu horário comercial. Perguntas impertinentes, consultas rápidas, mas nada disso é tão chato quanto aquela coisa de “vai chover, heim”. Para quem, assim como eu e mais dois gatos pingados que conheço, gosta do que faz, é o maior prazer do mundo responder a metralhada de perguntas emitidas por segundo. Tanto, que quando chega no térreo, por pouco não apertamos o último andar para dar mais uma voltinha e terminar o papo. Por isso que sempre digo, temos que fazer o que gostamos, porque se você trabalha em uma farmácia e odeia tudo aquilo, irá ficar emocionado com as perguntas estilo “o que as pessoas costumam comprar para dor de cabeça que você vê que funciona porque sai bastante?”. Acostume-se! Tenha orgulho do que você é e do que você faz. Sempre! E se não tem, ainda há tempo de mudar de profissão!
Só para terminar o assunto “elevador”: Incrível mesmo é você descer com um boçal às sete e quinze da madrugada, comentando contigo que o funcionário da empresa de internet disse que ele pode pegar vírus pela rede. Aí você gentilmente pensa em retrucar quando é brutalmente interrompida com um: Isso não existe! Onde já se viu, vírus pela rede.
É. Neste caso é melhor fazer a contagem regressiva, ou progressiva, depende do seu ponto de vista, junto com o elevador torcendo para chegar logo no seu andar…